Os incêndios na Amazônia foram palco de muita discussão nas últimas semanas. Além do aumento significativo no número de queimadas, o assunto envolveu política e isso aqueceu a discussão. Aproximadamente 60% da floresta Amazônica está no Brasil. O número de queimadas no período de Janeiro a Agosto de 2019 é aproximadamente o dobro do mesmo período do ano ado de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Apesar do aumento, o número de queimadas na Amazônia ainda é menor em relação a períodos anteriores como entre 1990 e 2004).
Porém, apesar da grande atenção da mídia mundial na Amazônia, outros países estão sofrendo com o mesmo problema de queimadas. Na Sibéria, o Greenpeace chamou os incêndios que atingiram a região russa neste ano de "um dos piores acontecimentos do século". A nuvem de fumaça atingiu o tamanho de todos os países da União Europeia somados.
Os incêndios florestais na Sibéria são comuns no verão, mas temperaturas recordes e ventos fortes tornaram a situação particularmente ruim. A Agência Florestal Federal da Rússia diz que mais de 10 milhões de hectares (100 mil km²) foram afetados desde o início deste ano.
A Indonésia enfrenta atualmente sua temporada de incêndios florestais, que ocorre durante os meses mais secos do ano. Lá estão algumas das florestas tropicais com mais biodiversidade e mais antigas do mundo. A partir de dados de satélite, mais de 20 mil incêndios foram detectados neste ano até agora, segundo Tadas Nikonovas, geógrafo da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
Mas essa quantidade é substancialmente menor que o número registrado em 2015, quando houve efeito do El Niño, que trouxe um clima mais seco que o normal. Na Indonésia, é frequente o uso de queimadas por empresas e pequenos agricultores para limpar terras para plantações de palma para produção de óleo, celulose e papel, que podem se espalhar para áreas protegidas de floresta.
Os satélites da Nasa, a Agência Espacial Americana, identificaram milhares de incêndios em Angola, Zâmbia e na República Democrática do Congo. No entanto, os focos de queimada não atingiram níveis recordes. De acordo com dados analisados pela Global Forest Watch, os incêndios na República Democrática do Congo e na Zâmbia estão um pouco acima da média da temporada, mas já foram mais altos em anos anteriores.
Incêndios na Sibéria queimaram área igual à da Bélgica https://t.co/AMNesKz0nf via @YouTube
— Tempo e Clima Brasil (@TempoClimaBr) September 13, 2019
Na Angola, no entanto, os incêndios neste ano ficaram perto de níveis recordes. No debate sobre as queimadas, houve comparações com a situação na Amazônia, mas os incêndios na África Subsaariana são diferentes. Na República Democrática do Congo, a maioria dos incêndios está sendo registrada no sul do país, em áreas mais secas da floresta e savana do país, e até agora não afeta a floresta tropical. Especialistas dizem que é difícil saber exatamente o que está causando esses incêndios. É provável que muitos ocorram em pastagens, bosques ou savanas em comunidades agrícolas pobres.